segunda-feira, 3 de novembro de 2008

CIPRIÃO MIZ


No ano de 1598 nasce no lugar das Presas (Silva Escura), Cipriano Martinz, este homem viria a ser uma figura incontornável na história da Ribeira de Fráguas.
Em 1624 casa com Maria Marques de Estarreja, sobrinha do pároco da Ribeira, o casamento segundo se depreende do seu assento foi bastante concorrido, o que era raro para a época num meio rural com era (é) a Ribeira, este pormenor indicia-nos que eles seriam oriundos de uma classe social acima da média para os parâmetros da região.
Entre outras minudências sabemos que fixaram residência no Carvalhal, e que um dos seus descendentes foi o Licenciado do extinto termo (concelho) da Bemposta ao qual a freguesia pertencia.
É voz popular que terá sido um homem do Carvalhal que “construiu” a antiga igreja matriz (séc. XVII) da Ribeira, conta-se inclusive que terá levado até à exaustão várias juntas de bois, na ânsia de construir a dita matriz, tudo nos indica que foi este Cipriano Martinz, o impulsionador da obra.
Veja-mos: em 1650 ele encabeça uma escritura de obrigação de azeite para alumiar o Santíssimo Sacramento, no mesmo dia e ano é também o primeiro a subscrever outra escritura, esta para colocar o Sacrário na igreja, neste ano estaria iminente a inauguração da nova matriz.
A sua esposa morre em 1659, ano de elevada taxa de mortalidade na freguesia, talvez alguma epidemia por aqui tivesse grassado.
Em 1666 deixou legados de missas por sua alma e da esposa, como se pode ler no letreiro lítico (foto) que se encontra no interior da actual capela mortuária.
Faleceu em 1667 e deixou testamento, tal como a sua esposa, o que demonstra que era um casal de posses.
O seu nome foi proposto à comissão de toponímia para freguesia da Ribeira de Fráguas, apesar de devidamente elucidados alguns membros rejeitaram-no. Talvez um dia se corrija este erro, a ver vamos.

domingo, 3 de agosto de 2008

PARA AQUELES SOBRE FOLCLORE

TERRA QUE NÃO SABE DE ONDE VEIO, DIFICILMENTE SABERÁ PARA ONDE IRÁ.


Esta frase aplica-se sem dúvida, aos cidadãos que não são adeptos do folclore, mas sim do folclorismo.
Sim, o folclore é uma vertente séria da etnografia – folclorismo é o que infelizmente se vê por este país fora.
Nada melhor! Que um rancho (?) com trajes (?) uniformes de preferência do tipo, “cheguei”, a tocar e dançar umas músicas, (pois não são modas de recolha local) do Minho à Madeira, de preferência com os dançarinos a bater fortemente com os pés no tabuado, (será que antigamente se batia assim com os pés no duro lajeado das nossas eiras? Pensem bem p.f.).
Ou então esse espectáculo (?) que tivemos a ocasião de presenciar à alguns anos atrás na nossa freguesia, um par de dançarinos a dançar em cima de uma medida de alqueire, esta forma de representar o folclore só serve para infelizmente o denegrir o sério trabalho que tem sido feito por alguns grupos etnográficos deste país, estando o Rancho Folclórico da Ribeira de Fráguas, na linha da frente em Portugal. Mas santos de casa não fazem milagres.

sábado, 2 de agosto de 2008

SABIA QUE... em 1776 faleceu um padre em Telhadela, devido a uma queda na ponte do Baião?

No dia 21 de Julho de 1776, faleceu Manoel Pirez, provavelmente seria o capelão responsável pela liturgia da capela de Telhadela.
O certo é que neste fatídico dia, o ,dito padre caiu de uma ponte rudimentar, ponte esta composta por um esteio feito de pedras situado no meio do rio e dois troncos e que existiu até meados do Séc. XX, entre o Baião e o Souto, junto ao actual moinho do Souto.
Veja-mos o seu assento de óbito:

Telhadella

O Reverendo padre Manoel Pirez

Aos vinte e hum dias do mês de Julho de mil setecentos setentta e seis faleceo o Reverendo Manoel Pirez que vindo passando huma ponte de dous harcos que está no rio de Telhadella ao carreiro e caminho que vem de Vilarinho para o dito lugar de Telhadella cahio pellas oras que se rezão as Avé-Marias da noite e dahi a ora e meia pouco mais ou menos passou por causa da dita queda a sem sentidos e não se lhe deu o Sacramento da extrema unção e foi sepultado dentro desta Igreja em o dia seguinte ao pôr do sol de que fiz este assento está em verdade era ut supra.
Livros Paroquiais da Ribeira de Fráguas, livro 11

quarta-feira, 16 de julho de 2008

ACTUAÇÕES DO RANCHO DA RIBEIRA DE FRÁGUAS 2008

Janeiro - Cantar as janeiras pela freguesia
06-04-08 - Representação etnográfica - «Malha a teu gosto»
04-05-08 - Oeiras - Festival
10-05-08 - Ribeira - XVI aniversário do Rancho, actuação dos Pauliteiros de Miranda
01-06-08 - Ribeira - Dia da comunidade paroquial
07-06-08 - Passeio convívio a Fátima
15-06-08 - Branca - Festas da vila
22-06-08 - Belazaima do Chão, (Águeda)
28-06-08 - Almada - Festival
19-07-08 - Ribeira - XVI Festiva Nacional de Folclore
03-08-08 - Ribeira - Festa em honra de S.Tiago
09-08-08 - Serra da Estrela - Festival
18-08-08 - Telhadela - Aniversário do G.R.C. de Telhadela
24-08-08 - Urgeira - Águeda
20-09-08 - Peso da Régua - Festival
11 -10-08 - Desfolhada tradicional

HISTÓRIA DA FREGUESIA

Com uma área de 25,7 Km2 e cerca de 1900 habitantes, a freguesia da Ribeira de Fráguas tem a particularidade de ter no seu actual território dois lugares com mais de 900 anos, lugares esses que são: Telhadela e Fráguas, o primeiro documento que cita estes lugares data do ano 1100.
No Foral de Figueiredo e Bemposta, datado de 1514, alguns lugares da actual freguesia, tais como Pipa, Campo e Vilarinho aparecem no item respeitante à freguesia da Branca, o que nos indicia que nesta data Ribeira ainda não era freguesia, porém num documento de do ano 1527, já nos surge como freguesia, situação que se manteve até ao presente.
A exploração mineira é ancestral na região. Mas foi na segunda metade do séc. XIX que esta se intensificou. Destacamos as minas do Coval da Mó e da Volta de Telhadela, das quais se extraia cobre e chumbo.
O próprio topónimo Fráguas, indica-nos fornos ou fornalhas, local onde se fundia metais. De notar que bem perto de Fráguas existe um local com o sugestivo nome: Escoural, ponto onde depositavam as escórias resultantes das fundições.